DRONE NA LUA NASA Decidi em 2019 se Enviará Drone à Superfície da Lua Titã
Na missão Cassini, que estudou Saturno
e suas luas de pertinho em 2017, a NASA aprendeu
um pouco mais sobre a curiosa lua Titã. A sonda Huygens,
parceira da Cassini, foi criada pela ESA
(a agência espacial europeia) e fez um exame
minucioso das nuvens que recobrem o satélite
natural, rendendo 153 minutos de transmissão,
tempo suficiente para enviar dados
atmosféricos e imagens de sua superfície.
Essa sonda, então, descobriu que Titã era um mundo
ainda mais estranho do que imaginávamos, mas bizarramente
familiar, por abrigar terrenos montanhosos e lagos
(ainda que os lagos, por lá, não sejam compostos de água,
mas sim de metano em estado líquido).
Quase 2% da superfície da lua é líquida,
com a temperatura superficial por lá sendo de
180 graus negativos. A essa temperatura, o metano da
superfície se evapora e, então, suas moléculas são
partidas com os raios solares que atingem a atmosfera,
produzindo, portanto, o etano.
Por isso, chove etano em Titã.
A região marcada na cor preta é um lago de metano,
e a região na cor dourada é a superfície sólida composta por gelo
(Imagem: NASA/JPL-Caltech/ASI/Cornell)
Assim, por ser gelada, com montanhas, lagos de metano,
chuva de etano e ter uma atmosfera mais densa do que a
da Terra, Titã é um mundo curioso, repleto
de descobertas a serem feitas.
E, por isso, uma equipe de cientistas da
NASA vem trabalhando na missão chamada Dragonfly,
com o objetivo de usar a tecnologia de drones equipados
com instrumentos científicos, em um misto de drone com
robô exploratório, para investigar as complexas reações
químicas que acontecem nesta que é a maior lua de
Saturno e segunda maior do Sistema Solar.
Agência espacial dos EUA deverá decidir, ainda em 2019,
se a missão Dragonfly sairá mesmo do papel, ou se acabará
escolhendo um projeto também em estudo, que visa a
coleta de amostras de um cometa. Se a Dragonfly for escolhida
em 2019, a nave seria lançada em 2025
e chegaria a Titã em 2034.
É verdade que a Cassini nos proporcionou novas
descobertas sobre a lua de Saturno, e que a Huygens
chegou a pousar por lá, fornecendo imagens sem precedentes.
Contudo, a Cassini não conseguiu uma boa visão de sua
superfície, e a Huygens durou por algumas horas, sem
a capacidade de se mover pelo solo.
Ai então, a Dragonfly, por contar com a tecnologia de drones,
poderá explorar dezenas de locais ao longo de dois anos
terrestres, o que nos daria muito mais informações
(e fotos incríveis) do que conseguimos obter até então.
Ainda, os cientistas sabem que Titã abriga uma grande
quantidade de compostos orgânicos, mas nem Cassini
nem Huygens conseguiram coletar dados suficientes para
esclarecer os detalhes da química do planeta. A sonda da
Dragonfly, então, seria capaz de identificar compostos
orgânicos de maneira precisa, para determinar quão próximas
essas moléculas "titânicas" seriam
das encontradas na Terra.
Agora em dezembro, a equipe da Dragonfly
entregou um relatório conceitual detalhado à NASA,
e aguardam a decisão da agência espacial até
o final do primeiro semestre de 2019.
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